- Liliana Almeida

- 29 de jun.
- 2 min de leitura

Foi abrir espaço para o que estava esquecido.
Criar um templo de pausa, escuta e verdade — onde cada som tocou mais do que o ouvido: tocou a alma.
Sonhei este retiro como quem acende uma vela no meio do nevoeiro. Com a intenção de guiar, sim… mas também de aquecer.
Queria que cada pessoa que viesse pudesse recordar-se. E foi isso que aconteceu.
Foi revelador ver como o silêncio fala.
Como o corpo responde quando lhe damos permissão para simplesmente ser.
Revelador foi assistir à entrega, à coragem de cada um em despir-se do que já não serve,
e permitir-se mergulhar no som, no sentir e no agora.
Entre partilhas, lágrimas, gargalhadas e contemplação, vi a beleza do humano em estado puro.
Vi-me em cada olhar. Senti Deus nas pausas.
O som não curou tudo — mas abriu portas para que a cura começasse de dentro.
Sai deste retiro…
…com menos peso e mais verdade.
Com a alma lavada, o corpo mais leve e o coração cheio de silêncio bom.
Sai deste retiro com respostas que não pedi, mas que chegaram com delicadeza.
Com perguntas que me devolvem ao presente e me empurram gentilmente para a minha essência.
Sai deste retiro mais próxima de mim.
Mais mulher. Mais inteira.
Mais rendida ao mistério que é viver com presença.
E talvez o mais importante:
Sai com a certeza de que não estou sozinha.
Há um fio invisível que nos une — feito de som, respiração e intenção.
Este retiro nasceu de mim, mas ganhou vida em cada um que veio.
E agora que terminou, ele continua — dentro de nós.
Porque quem se ouve, já não se esquece.

































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