top of page

ree

Foi abrir espaço para o que estava esquecido.

Criar um templo de pausa, escuta e verdade — onde cada som tocou mais do que o ouvido: tocou a alma.

Sonhei este retiro como quem acende uma vela no meio do nevoeiro. Com a intenção de guiar, sim… mas também de aquecer.

Queria que cada pessoa que viesse pudesse recordar-se. E foi isso que aconteceu.


Foi revelador ver como o silêncio fala.

Como o corpo responde quando lhe damos permissão para simplesmente ser.

Revelador foi assistir à entrega, à coragem de cada um em despir-se do que já não serve,

e permitir-se mergulhar no som, no sentir e no agora.


Entre partilhas, lágrimas, gargalhadas e contemplação, vi a beleza do humano em estado puro.

Vi-me em cada olhar. Senti Deus nas pausas.

O som não curou tudo — mas abriu portas para que a cura começasse de dentro.


Sai deste retiro…


…com menos peso e mais verdade.

Com a alma lavada, o corpo mais leve e o coração cheio de silêncio bom.

Sai deste retiro com respostas que não pedi, mas que chegaram com delicadeza.

Com perguntas que me devolvem ao presente e me empurram gentilmente para a minha essência.


Sai deste retiro mais próxima de mim.

Mais mulher. Mais inteira.

Mais rendida ao mistério que é viver com presença.


E talvez o mais importante:

Sai com a certeza de que não estou sozinha.

Há um fio invisível que nos une — feito de som, respiração e intenção.


Este retiro nasceu de mim, mas ganhou vida em cada um que veio.

E agora que terminou, ele continua — dentro de nós.

Porque quem se ouve, já não se esquece.


 
 
 

Comentários


bottom of page